Percepção das usuárias de uma Unidade de Saúde da Família de Campo Grande sobre o impacto dos métodos contraceptivos sistêmicos (orais ou injetáveis) na cavidade oral

Autora: Mirian dos Santos Andrade

Orientador (a): Rafael Ferreira

Introdução: Mulheres são as principais usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) e algumas políticas públicas estão destinadas, como para o planejamento familiar a partir do uso de métodos contraceptivos (MC). Para esta finalidade, hormônios sexuais femininos sintéticos são amplamente prescritos na apresentação de contraceptivos orais (regulares ou de emergências) ou intramuscular (injeções). Entretanto, estas formulações terapêuticas estão correlacionadas com alguns efeitos colaterais sistêmicos e orais, com ênfase para as alterações periodontais. O objetivo deste estudo é relatar a percepção de mulheres de uma Unidade de Saúde da Família (USF) em Campo Grande-MS sobre os efeitos adversos causados pelos MC orais e injetáveis na cavidade oral. Estudo transversal com abordagem quantitativa realizado através de um questionário autoaplicável na USF Dr. Hélio Martins Coelho. Os dados foram organizados e analisados mediante estatística descritiva absoluta e percentual. Participaram do estudo 117 mulheres com idade entre 18 e 45 anos (média de 30,93), com destaque para as mulheres com até 35 anos (69,23%), com 91 (77,8%) que já possuíam filhos. Quanto ao uso de MC, os mais utilizados eram via oral (61,4%) seguido por injeções trimestrais (38.4%). As medicações foram prescritas por ginecologistas (44,7%), médicos generalistas (32,4%), enfermeiros (9,6%) e outros profissionais (13,1%). Os efeitos adversos sistêmicos foram observados por 71 mulheres (62,34%), já os orais em 16 (13,68%), sobretudo através de xerostomia, hiperplasia gengival e mobilidade dentária. Apenas 9 (7,69%) participantes já haviam recebido alguma orientação a respeito de eventuais efeitos adversos. Para o uso de contracepção de emergência, relatos de sangramento gengival, aumento da placa bacteriana e de lesões na mucosa oral foram encontrados. A pesquisa revela que mulheres com baixa renda e em uso principalmente de anticoncepcionais orais e injeções trimestrais apresentaram baixa percepção sobre os efeitos adversos orais em comparação com os efeitos sistêmicos, embora tenham sido citadas presença de xerostomia, hiperplasia gengival e mobilidade dentária.

Palavras-chave: periodontia, anticoncepção, efeitos adversos, atenção primária à saúde, odontologia.

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