Autora: Adriyely de Oliveira

Introdução: A atenção primária em saúde desempenha um papel crucial no atendimento de mulheres em situação de violência doméstica, sendo a porta de entrada para usuárias. Objetivo: buscou compreender a percepção desses profissionais sobre o fluxo de atendimento a mulheres em situação de violência doméstica. Metodologia: Estudo qualitativo descrito-exploratório, realizado em agosto de 2023 com 20 profissionais de saúde em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Resultados e discussões: Os resultados revelaram desconhecimento do fluxo, dificuldades no atendimento e estratégias adotadas pelos profissionais. A subnotificação da violência doméstica é atribuída à inexperiência e falta de capacitação dos profissionais, além de obstáculos como estrutura física inadequada e sobrecarga de trabalho. Sugere-se a reflexão sobre a criação de um fluxograma na Atenção Primária em Saúde, protocolos orientadores, o desenvolvimento contínuo de ferramentas e capacitações e mais pesquisas são essenciais.

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Autora: Sandra Vieira Nunes

Objetivo: Analisar as condições de aderência ao programa de pré-natal de jovens no município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Métodos: Trata-se de uma pesquisa transversal que utilizou dados secundários coletados do Painel de Monitoramento de Nascidos Vivos e do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), ambos disponibilizados pelo Ministério da Saúde. Além disso, identificou-se a quantidade de consultas pré-natal, de forma a considerar gestantes, em Campo Grande/MS, até a idade de 19 anos comparado à dados semelhantes obtidos em diversas localidades do território nacional. Resultados: Descreveram-se em tabelas e interpretados, por meio da análise descritiva. Observou-se que as gestantes realizam o pré-natal conforme preconizado pelos protocolos ministeriais de no mínimo 6 consultas e testes rápidos, ao menos uma vez durante a gestação. Demonstrou-se que a escolaridade não interferiu na quantidade de consultas, tampouco nos testes, já o total de consultas esteve relacionado ao trimestre de início de pré-natal. Conclusão: Infere-se que as políticas públicas direcionadas ao atendimento do programa pré-natal na cidade de Campo Grande alcançam o propósito proposto pelo Ministério da Saúde.

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Autora: Jaiane Souza da Silva

Introdução: A Taxa de Filtração Glomerular (TFG) é a principal ferramenta para avaliar as alterações funcionais renais relacionadas ao processo de envelhecimento humano. A perda de néfrons funcionais e o decorrente declínio da TFG associados ao envelhecimento natural colocam as pessoas idosas em maior risco de lesão renal aguda e insuficiência renal, podendo ser necessário ajustes de dose principalmente em medicamentos hidrossolúveis de excreção renal. Este estudo teve como objetivo avaliar a necessidade de ajuste de dose de medicamentos a partir da TFG de pessoas idosas usuárias da Atenção Primária à Saúde. Tratou-se de um estudo quantitativo e transversal, realizado na Unidade de Saúde da Família (USF) Dr. Judson Tadeu Ribas – Moreninha III, localizada em Campo Grande/MS, no período de março a novembro de 2023. A TFG foi calculada a partir da equação Modification of Diet in Renal Disease (MDRD). A necessidade de ajuste de dose dos medicamentos em uso pelos participantes foi realizada a partir de consulta à base de dados UpToDate®. Um total de 102 pessoas idosas com idade média de 70 anos (±5,17) participaram do estudo. As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) mais frequentes foram hipertensão (n=93, 91,2%), diabetes (n=64; 62,7%) e dislipidemias (n=49, 48,0%), respectivamente. Quarenta e cinco (44,1%) participantes eram polimedicados. No total, 61 fármacos diferentes foram prescritos, especialmente a Metformina (n=49, 13,0%), a Losartana 46 (12,2%) e a Sinvastatina 40 (10,6%), respectivamente. Cinquenta participantes (49,0%) apresentaram algum grau de comprometimento da função renal. Além disso, 3 (2,9%) necessitavam de ajuste de dose para pelo menos um dos medicamentos em uso. Os medicamentos que necessitam ter suas doses ajustadas foram metformina e o alopurinol. A avaliação da TFG e da necessidade de ajuste de dose de medicamentos demonstrou ser de simples e rápida aplicação durante o cuidado farmacêutico às pessoas idosas na APS, além de apresentar o potencial de contribuir com melhores desfechos clínicos e econômicos em saúde.

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Autora: Robejania Maria Campos de Almeida

Introdução: Planejamento reprodutivo corresponde ao conjunto de métodos e técnicas que auxiliam a concepção e a contracepção, baseados em critérios científicos e individuais, utilizados pelo homem ou mulher, que garantem o direito à livre escolha de ter filhos ou não, e no momento que for oportuno. Objetivo: analisar a prevalência de participação do parceiro no planejamento reprodutivo entre mulheres no Brasil, Macrorregiões e capitais brasileiras e os fatores associados a essa participação. Métodos: estudo transversal a partir de dados de 995 mulheres em idade reprodutiva provenientes da Pesquisa Nacional de Saúde 2019 (PNS). Estimou-se a prevalência e os percentuais de participação do parceiro no planejamento reprodutivo segundo variáveis selecionadas e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%). Para verificar as associações, utilizou-se o modelo de regressão logística e foram calculadas as razões de chance brutas (ORb) e ajustadas (ORaj) e os IC95%. Resultados: a participação do parceiro foi de 43,4% (IC95% 38,27-48,63) no Brasil, variou de 31,8% (IC95% 24,89-39,71) na região Nordeste a 56,4% (IC95% 42,81-69,14) na Sul e foi maior em Curitiba (77,67%; IC95% 41,53-94,45). Houve maior chance de participação do parceiro nas mulheres com maior escolaridade (ORaj 1,98; IC95% 1,12-3,48), da raça/cor de pele amarela (ORaj 6,90; IC 95% 1,43-33,25), com plano de saúde (ORaj 2,24; IC95% 1,14-4,39), cujo parceiro mora no mesmo domicílio (ORaj 2,44; IC95% 1,39-4,27) e utilizaram a tabela (ORaj 4,42; IC 95% 1,49-13,04) como método contraceptivo. Ser da raça/cor de pele preta (ORaj 0,30; IC95% 0,13-0,69) e parda (ORaj 0,57; IC 95% 0,34-0,95), solteira (ORaj 0,40; IC 95% 0,26-0,63), utilizar métodos para evitar gravidez (ORaj 0,38; IC 95% 0,24-0,59) e o uso de contraceptivo injetável (ORaj 0,34; IC 95% 0,18-0,64) associaram-se às menores chances. Conclusão: Esta análise pode subsidiar o direcionamento de ações e políticas públicas voltadas ao planejamento reprodutivo, de forma a promover condutas assertivas de promoção e inserção masculina nas estratégias de concepção e contracepção.

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Autor: Paulo Augusto Franco Silva

Trata-se de uma pesquisa qualitativa fundamentada na cartografia. O objetivo foi debater como está sendo realizado o atendimento da população transexual e travesti na APS em Campo Grande – MS e discutir se as políticas públicas voltadas à essa população estão sendo efetivas nos serviços de saúde. Por meio de relatos feitos a partir de encontros entre o pesquisador com os/as pacientes e profissionais nos espaços de atendimento de uma USF, acompanho o objeto de estudo sem deixar de lado as inquietações diárias presentes. A partir de duas cenas, discuto neste trabalho sobre como as iniciativas de fortalecimento e garantia dos direitos da população LGBTQIA+ são lideradas muitas vezes por indivíduos e não por ações institucionais, transformando o cuidado às pessoas transexuais e travestis em um processo de resistência, coordenado coletivamente por poucos/as. Além disso, reflito sobre como os espaços destinados à promoção da saúde acabam perpetuando violências que impactam a saúde tanto em usuários/as quanto em profissionais da saúde transgêneros que atuam nesses locais. Tais reflexões apontam a resistência de profissionais na efetivação das políticas públicas voltadas à população trans e sugere que há uma necessidade de capacitação continuada e atualização acerca de temáticas de gênero e sexualidade.

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Autora: Núbia Chaparro Ricardo Medeiros

O pé diabético é uma das complicações mais frequentes do DM caracterizado pela presença de infecção, ulcerações e destruição de tecidos, ocasionando maiores gastos hospitalares devido a sua permanência em longo prazo. Objetivo: Este estudo busca avaliar o autocuidado realizado pelo usuário da Unidade de Saúde Jardim Presidente ao pé diabético e a influência das variáveis socioeconômicas nesta prática. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, observacional, analítico, realizado em uma Unidade de Saúde da Família localizada na cidade de Campo Grande -MS aos portadores de DM tipo 2, por meio de consultas de rotina e ações de HiperDia, Resultados Esperados: Espera-se adequar o autocuidado do paciente portador de pé diabético e estreitar o vínculo deste à Unidade de Saúde.

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Autora: Natalina dos Santos Alves Silva

Problema: O Diabetes faz parte dos grupos de doenças crônicas que trazem diversas consequências e desafios para a saúde pública. A ascendência na curva da população com Diabetes predispõe os aumentos das complicações, entre elas a mais comum é o Pé Diabético. Diante dos riscos e complicações do problema, sendo que umas das estratégias que pode ser utilizada para prevenir tais situações é a realização de avaliação dos pés de usuários com Diabetes. O projeto de intervenção surge devido ao baixo número de pacientes diabéticos acompanhados na unidade de saúde Jardim Batistão com a realização de exame de pé diabético. Método: O projeto de intervenção foi realizado com usuários da área de abrangência da Unidade de Saúde da Família (USF) Hélio Martins Coelho, conhecida como Jardim Batistão, situada em Campo Grande – MS, especificamente na equipe Dinamarca, utilizando-se a ficha de avaliação de usuários com Diabetes disponibilizado pela Secretaria de Saúde do Município (SESAU), com estratégias de educação em saúde, realização do exame no Hiperdia, demanda programada e atendimento domiciliar. Resultados: Foram realizadas trinta avaliações de pé diabético, sendo nove no grupo Hiperdia, quatro em atendimento domiciliar e dezesseis em demanda programada. Destas avaliações doze foram com grau de risco 0, treze com grau de risco 1, três com grau de risco dois e três pacientes com grau de risco três. Conclusão: Os resultados alcançados demonstram que o acesso à prevenção e promoção da saúde, deve ser dinâmica, os profissionais devem criar espaços dentro das agendas que oportunize a realização do exame de pé diabético. Além disso, é importante que os profissionais de saúde estejam capacitados para realizar a avaliação de forma adequada.

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Autora: Natalia dos Reis Vaz

Objetivo: Compreender, por meio de uma pesquisa em bases secundárias, os fatores predominantes do Diabetes Mellitus tipo 2 na socidade e a dificuldade de adesão da população ao tratamento. Justificativa: O tema fora escolhido após observação em campo, na USF Jardim Itamaracá, no município de Campo Grande/MS, de pacientes que apresentam grande resistência a adesão medicamentosa, as dificuldades que encontram devido a doença e os fatores que dificultam a melhora do quadro. Metodologia: O presente estudo será realizado com dados secundários já presentes no sistema, junto a pesquisas científicas que corroboram com os achados. Resultados esperados: Identificar e compreender os fatores associados a doença e quais elementos dificultam o tratamento adequado da população, junto aos índices quanto a doença em território brasileiro.

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Autora: Marina Ametlla de Oliveira

A qualificação de profissionais por meio dos Programas de Residências em Saúde tem entre seus objetivos a mudança do modelo de atenção no Sistema Único de Saúde. O atendimento compartilhado é uma ferramenta inovadora nos processos de trabalho da Atenção Primária à Saúde, em especial na atuação do psicólogo, potencializando o compromisso com a integralidade e o protagonismo do usuário em seu cuidado. O trabalho teve como objetivo analisar os atendimentos compartilhados entre os psicólogos e demais profissionais que compõem a equipe de saúde da família em uma Unidade de Saúde da Família de Campo Grande – MS que é campo de práticas para Programas de Residências em Saúde. Trata-se de pesquisa descritivo-exploratória com abordagem qualitativa utilizando do grupo focal e diário de campo como instrumentos de coletas de dados. A partir da análise dos dados realizada seguindo a proposta da Análise de Conteúdo surgiram quatro categorias: Atuação interprofissional nos processos de trabalho; Contradições de modelos de atenção no cotidiano de práticas; Aprendizagem interdisciplinar no Matriciamento; Criação de vínculos no trabalho em saúde. O Atendimento compartilhado é uma importante ferramenta do Matriciamento, ainda que existam dificuldades relacionadas aos processos de trabalho e modelo de atenção, possibilita garantir a integralidade do usuário assim como construir e fortalecer vínculos entre profissionais trabalhadores e, destes, com os usuários. Além de promover corresponsabilização do cuidado e interdisciplinaridade no trabalho em equipe.

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Autora: Marbelis Yulimar Monroy Rivas

O processo saúde doença na perspectiva dos povos indígenas possui concepções diferentes sobre a noção de corpo, saúde, doença, vida, morte e sua relação com os modos de vida, produzindo uma forma distinta de pensar a saúde, ou seja, a compreensão do processo saúde-doença não segue regras nem conceitos universais, cada cultura constrói através de seus conhecimentos próprios, modos de explicar e lidar com a doença e a saúde. Sendo assim, o objetivo geral foi aproximar as demandas em saúde de duas comunidades indígenas em contexto urbano da Cidade de Campo Grande – MS, dos profissionais e serviços de saúde de uma Unidade de Saúde da Família responsável pela assistência da referida população indígena, com o intuito de construir estratégias para uma assistência culturalmente adaptada. Para tal finalidade, desenvolveu-se um Projeto de Intervenção (PI), fundamentado nos princípios da Educação Permanente em Saúde e na metodologia de problematização, seguindo os fundamentos do Método do Arco, de Charles Maguerez. O referido projeto ocorreu simultaneamente nas comunidades indígenas urbanas Água Bonita e Tarsila do Amaral e na Unidade Saúde da Família Vida Nova que atende essa população na cidade de Campo Grande- MS. A intervenção possibilitou o diálogo intercultural, assim como, problematizar as práticas de saúde e elaborar estratégias para a construção de uma assistência culturalmente adaptada. O processo de reflexão e elaboração das propostas evidenciou maior compreensão sobre a importância de considerar as especificidades culturais na assistência, como forma de qualificar e humanizar os cuidados. Espera-se que os resultados da pesquisa possam subsidiar a implementação de ações estratégicas que visem uma assistência em saúde diferenciada aos indígenas no contexto urbano.

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